terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

OBSERVAÇÃO DE ESTRELAS

Observar estrelas em uma noite escura pode ser comum para muitas pessoas, mas registrá-las e capturar as luzes e as cores escondidas a olho nu é uma prática que exige muita técnica e conhecimento.

Tema de infância, a astronomia entrou efetivamente na vida de Carlos Farinbairn há quatro anos, e hoje, o administrador é especialista em fotografias noturnas, chamadas também de astrofotografias. “Descobri que a sensibilidade das câmeras atuais ultrapassa o limite fisiológico do olho humano e que isso poderia gerar resultados interessantes se usadas em locais escuros, livres de poluição luminosa”.

O fascínio pelos registros ocorreu logo na primeira experiência, no Parque Nacional do Itatiaia (RJ). “Fiquei muito impressionado com o que a câmera conseguia captar. Com oito segundos de exposição já pude ver claramente nuances de cor, brilho e contrastes da Via Láctea. Nesse dia fiquei completamente fascinado pela astrofotografia”.

O fotógrafo costuma fazer dez viagens fotográficas por ano e ressalta a necessidade de um planejamento para as saídas. “A grande matéria-prima da fotografia noturna é um bom céu, livre de poluição luminosa. Ou seja, precisamos de lugares afastados das luzes das grandes e médias cidades para poder registrar o Universo”, explica Carlos, que lista alguns passos importantes para uma boa fotografia dos astros. “Além de garantir que os equipamentos estejam funcionando em perfeito estado, devemos checar a previsão do tempo, já que as nuvens acabam com a nossa diversão. Outra dica é decidir o que se deseja fotografar, pois os astros e as constelações variam de lugar a cada época do ano”.

Muito além da qualidade do equipamento, o administrador lembra que o conhecimento é a “chave do sucesso”. “Além das técnicas e das ferramentas, é imprescindível exercitar o conhecimento em astronomia, ponto crucial para se conseguir fotos mais interessantes”, diz o fotógrafo, que destaca o tempo de exposição da máquina fotografia como primeiro critério. “Se você quiser uma imagem com muita informação de cor, brilho e contraste, é necessário um longo tempo de exposição”.

Além da câmera, outros equipamentos colaboram para a qualidade dos cliques noturnos, como a montagem equatorial, ferramenta que estende o tempo de exposição para além dos 150 segundos, garantindo assim, a captura das luzes das galáxias, das estrelas e das nebulosas. Carlos também explica que há diversos softwares dedicados ao processamento das imagens, mas ressalta que nada é adicionado ou modificado nos cliques autorais, e que todos os objetos da foto estão nos arquivos originais, esses, capturados apenas por máquinas fotografias, sem auxílio de telescópios.

Todo esse esforço tem base no incentivo ao estudo da ciência, além da disseminação de conhecimento e aprendizagem. “Percebo claramente que a astrofotografia é um impulso e tanto para o meu desenvolvimento pessoal e tenho certeza que pode fazer o mesmo para milhares de pessoas. Cada fenômeno fotografado cria um estímulo ao aprendizado. Poder fazer imagens de galáxias com milhões de anos-luz de distância é algo mágico, é um ciclo de aprendizado extremamente rico”, diz o fotógrafo, que aposta na fotografia noturna como pontapé inicial para os futuros cientistas. “A astrofotografia pode ser um vetor de estímulo para os cientistas brasileiros do futuro. Uma criança que veja a foto de uma galáxia ou que ela mesma produza a fotografia, nunca mais vai perder essa sensação de completude e inserção que o aprendizado sobre astronomia proporciona”.


O acervo de Carlos Farinbairn conta com cliques dos mais diversos fenômenos, feitos em lugares diferentes do Planeta. “Pelas circunstâncias geográficas dos locais que faço muitas das minhas fotos, é comum que eu me sinta em outro Planeta. Paisagens diferentes, frio, altitude e todos os outros ingredientes colaboram para esse sentimento diferenciado”, conta o administrador, que recorda um momento único, vivenciado no Deserto do Atacama. “A Via Láctea estava acima da minha cabeça e, por conta do local escuro, livre de poluição luminosa, pude visualiza-la de forma muito nítida. Eram mais de três horas da manhã quando o vento simplesmente parou e a imagem da Via Láctea foi perfeitamente refletida em uma laguna rasa, um verdadeiro espelho natural. Foi espetacular e inesquecível”.

Fonte: g1.globo.com

Olimpíada Brasileira de Astronomia

Abertas as inscrições para
a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

Estão abertas as inscrições para a 21ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). O prazo final se encerra no dia 18 de março. Estudantes do ensino fundamental e médio, de escolas públicas e particulares, podem participar realizando cadastro pelo site: www.oba.org.br.

No dia 18 de maio, ocorrerá a única fase da competição. Os candidatos farão uma prova de dez questões, composta de sete de astronomia e três de astronáutica, focadas principalmente no raciocínio lógico. A avaliação será dividida em quatro níveis de dificuldade, sendo três para o ensino fundamental e um para o médio.

Em 2017, cerca de 40 mil medalhas foram distribuídas. Foram, no total, 665.131 participantes no Brasil.

Os melhores classificados na OBA desse ano representarão o país nas Olimpíadas Internacionais de Astronomia e Astrofísica e na Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2019. Também poderão concorrer a vagas nas jornadas espaciais e palestras de especialistas em São José dos Campos (SP).

Os candidatos podem se preparar para a prova pelo aplicativo Simulado OBA, disponível para celulares, tablets e computadores. No site da olimpíada, há vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores.

domingo, 5 de novembro de 2017

FUNDAÇÃO DO CLUBE DE ASTRONOMIA DE AÇU-RN

 
CLUBE AÇUENSE DE ASTRONOMIA E CIÊNCIAS

Fundação do Clube de Astronomia e Ciências de Açu-RN

 Um grupo de astrônomos amadores, aficionados em ciências, reuniram-se dia 4 de novembro de 2017, e fundaram o CLUBE AÇUENSE DE ASTRONOMIA E CIÊNCIAS, definindo como metas e objetivos o estudo, ensino e divulgação da astronomia e ciências no Vale do Açu.

Estavam presentes nesse ato (da esquerda para direita):
Marcos Vinícius, William Nascimento, Cleando Cortez,
João Victor Cortez, Fabiano Araújo e o fotografo Vitor Machado

 Observações noturnas

terça-feira, 4 de outubro de 2016

JÚPITER, SONDA JUNO [01]

Os mistérios de Júpiter que
a sonda Juno pretende revelar

A sonda espacial Juno foi absorvida pela imensa gravidade de Júpiter e já orbita o maior planeta do Sistema Solar, a mais de 800 milhões de quilômetros da Terra.

A chegada foi na noite de segunda-feira, quando o satélite artificial da Nasa (agência espacial americana) mergulhou nos intensos campos magnéticos e cinturões de radiação do planeta, atingindo 250 mil km/h e apenas 4.500 km do topo das nuvens de Júpiter.

Os computadores de Juno - protegidos do ambiente hostil e desconhecido de Júpiter por um cofre de titânio de 200 kg - , tiveram apenas 35 minutos para acionar os motores da sonda e desacelerá-la de modo que fosse sugada para iniciar uma série de mais de 30 órbitas em 20 meses.

Antes, apenas a sonda Galileo, da Nasa, havia orbitado o planeta, em 1995. Mas a Galileo não tinha as ferramentas de Juno, e nunca uma espaçonave se atreveu a chegar tão perto de Júpiter: seus intensos cinturões de radiação podem destruir eletrônicos sem a devida proteção.

Isso ocorre porque o poderoso campo magnético de Júpiter atrai e acelera partículas de alta energia (sobretudo prótons e elétrons) lançadas pelo Sol.

Um cálculo chegou a estimar que a sonda tenha sido submetida, em seu mergulho inicial, a uma dose de radiação equivalente a um milhão de raios-X dentários. Após seu primeiro encontro com o gigante gasoso, a sonda se afastou do planeta em uma órbita elípitica que durará 53 dias. Depois, passará perto novamente em 27 de agosto, quando câmeras e instrumentos científicos começarão a coletar os primeiros - e esperados - dados.

Cientistas da Nasa comemoraram o sucesso
da arriscada manobra de entrada da Juno na órbita de Júpiter

No meio do mês de outubro, deve ocorrer uma segunda frenagem da sonda para diminuir a órbita para apenas 14 dias. A partir daí, as grandes descobertas deverão começar.

A sonda leva o nome da deusa da mitologia romana Juno (equivalente à Hera na mitologia grega, a deusa do casamento), mulher e irmã do deus Júpiter (ou Zeus para os gregos). Esse "encontro de casal" é uma missão de US$ 1,1 bilhão que buscará, a partir da investigação de Júpiter, desvendar segredos da formação do Sistema Solar e da própria Terra.

Há cerca de 400 anos, Galileu Galilei observou Júpiter por um telescópio primitivo e conseguiu mais provas de que a Terra não era tão especial como se pensava: descobriu, por exemplo, que o planeta tinha pelo menos quatro luas. Agora, quatro séculos depois, conheça alguns desafios da missão a um dos planetas mais misteriosos do Sistema Solar:

Origem do planeta

A cada aproximação, Juno irá usar seus oito equipamentos de sensoriamento remoto - mais suas câmeras - para investigar dentro das várias camadas gasosas do planeta, medindo sua composição, temperatura, movimento e outras propriedades. Júpiter, como seu "vizinho" Saturno, pertence a uma classe de planetas chamada gigantes gasosos. Acredita-se que tenha sido formado a partir da mesma massa primordial de hidrogênio e hélio que deu origem ao Sol. Mas pouco se sabe até hoje sobre como foi esse processo.

Imagens das auroras de Júpiter feitas pelo
telescópio Hubble em 2014;
atmosfera do planeta ainda é mistério


A ideia é descobrir, a partir de variações sutis no campo gravitacional, se o planeta possui um núcleo sólido - há teorias divergentes sobre a presença dessa estrutura, que faria de Júpiter um planeta rochoso de certo modo semelhante à Terra, mas com uma atmosfera gigantesca. Outra possibilidade é que o núcleo seja formado apenas por gases em alta compressão.

As informações poderão dar pistas sobre a formação de Júpiter: se ocorreu na atual localização ou em outro ponto do Sistema Solar até a migração para a órbita atual. Como se trata do maior e mais antigo planeta do Sistema Solar, os dados poderão informar sobre a formação de outros planetas, dentro e fora do sistema que abriga a Terra.

Meteorologia

A atmosfera de Júpiter é outro mistério em aberto. Espera-se que Juno traga novas informações sobre as faixas coloridas de nuvens que envolvem o planeta, bem como revelações sobre a origem da chamada Grande Mancha Vermelha (Great Red Spot), uma tempestade gigantesca que se mantém há séculos em Júpiter, embora esteja encolhendo.
Informações coletadas pela sonda Galileu indicaram a forte presença de certos elementos pesados, como nitrogênio e argônio, em quantidades até superiores às verificadas no Sol. A sonda também descobriu pouca água, e pesquisadores querem entender se isso ocorre em todo o planeta.

Uma das buscas mais importantes, portanto, será determinar a abundância de água na atmosfera, um indicador de quanto oxigênio havia na região do Sistema Solar onde Júpiter estava quando se formou.

Sonda irá investigar nuvens coloridas
e presença de água em Júpiter

"A quantidade de água em Júpiter diz muito sobre onde o planeta se formou no começo do Sistema Solar", disse Candy Hansen, integrante da equipe da Juno.

Em fevereiro de 2018, espera-se que Juno dê um mergulho suicida em Júpiter, encerrando a missão do mesma maneira como a sonda Galileo, em 2003. O objetivo é evitar qualquer possibilidade de que Juno caia em Europa, a lua de Júpiter que é tida como um dos lugares com maior chance de vida no Sistema Solar, pela presença de água. Um eventual impacto poderia contaminar a água de Europa com micróbios terrestres.

Magnetosfera

Júpiter é conhecido por sua enorme magnetosfera, resultado da colisão entre o campo magnético do planeta e ventos solares supersônicos. Ao estudar a magnetosfera, astrônomos poderão entender melhor como se geram as agitadas correntes elétricas nas profundezas do planeta. Para isso, Juno conta com dois magnetômetros, que ajudaram a mapear o campo magnético do planeta com precisão.

"A melhor forma de pensar em um magnetômetro é imaginar um compasso", explica Jack Connerney, que lida com esses equipamentos na Nasa.

"Os compassos gravam a direção de um campo magnético, mas os magnetômetros têm a capacidade de registrar tanto a direção como a magnitude do campo magnético."

A Nasa planeja continuar com essa missão até fevereiro de 2018.

Fonte: BBC-Brasil

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

ONDAS GRAVITACIONAIS

Ciência confirma a teoria das ondas gravitacionais de Albert Einstein

Experiência confirma a existência do 'som do universo', previsto por Albert Einstein há 100 anos


A última grande previsão de Albert Einstein sobre o universo acaba de ser confirmada, um século depois de ser proposta: as ondas gravitacionais existem, e uma experiência nos Estados Unidos as detectou pela primeira vez.
Confirmar a teoria das ondas gravitacionais de Einstein é o de menos. A descoberta abre a possibilidade de usar essas ondas para estudar o universo de uma forma totalmente nova. As ondas gravitacionais permitirão entender “como se formam os buracos negros e quantos existem, e também conhecer com mais detalhes o ciclo vital das estrelas e do universo”, ressalta Husa. Além disso, sinais cósmicos desse tipo mostrarão se esses violentíssimos encontros ocorrem conforme prevê a Teoria da Relatividade einsteiniana, ou se precisamos procurar outra explicação.
Segundo a Teoria Geral da Relatividade, há objetos que transformam parte da sua massa em energia e a emitem em forma de ondas, que viajam à velocidade da luz e deformam o espaço e o tempo à sua passagem. A origem das ondas gravitacionais por excelência é a fusão de dois buracos negros supermaciços, um dos eventos mais violentos depois do Big Bang. O gênio alemão as previu em 1916, mas também advertiu que, se realmente existirem fusões desse tipo, elas acontecem em lugares tão longínquos que suas vibrações seriam indetectáveis na Terra.
Os responsáveis pelo Observatório da Interferometria a Laser de Ondas Gravitacionais (LIGO), patrocinado pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA, anunciou nesta quinta-feira que seus cientistas captaram as ondas produzidas pelo choque de dois buracos negros, a primeira detecção direta que confirma a teoria de Albert Einstein. O anúncio ocorreu numa entrevista coletiva em Washington, transmitida pela Internet. Os resultados científicos foram aceitos para publicação pela Physical Review Letters, segundo nota em Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech), uma das instituições que operam o laboratório.

“É uma descoberta histórica, que abre uma nova era de compreensão do cosmo”

O primeiro sinal foi captado simultaneamente em 14 de setembro pelos detectores dessa experiência, aparelhos idênticos situados a 3.000 quilômetros um do outro. Esse sinal provinha de uma fusão que ocorreu há 1,3 bilhão de anos, um violento abraço entre dois buracos negros com uma massa entre 29 e 36 vezes maior que a do Sol. Em uma fração de segundo, uma massa equivalente ao triplo do Sol foi liberada na forma de ondas gravitacionais, um processo perfeitamente descrito na equação mais famosa do mundo: E=mc2(energia é igual a massa vezes velocidade da luz ao quadrado).
A descoberta da existência das ondas gravitacionais abre um novo caminho naastronomia. Até agora, ela se centrava na luz em todas as suas variantes conhecidas, mas estas ondas são comparáveis ao som e permitem estudar objetos que antes eram totalmente invisíveis, especialmente os buracos negros.
Nas palavras de Alicia Sintes, física da Universidade das Ilhas Baleares (UIB) e líder do único grupo espanhol envolvido na experiência, nossos ouvidos agora começam a escutar “a sinfonia do universo”. “É uma descoberta histórica, que abre uma nova era na compreensão do cosmo”, ressaltou.
Sua equipe realizou simulações com supercomputadores que reproduzem, segundo a Lei da Relatividade, todos os fenômenos que essas ondas poderiam produzir: duplas de estrelas de nêutrons, supernovas, buracos negros... Essas simulações foram comparadas com a frequência do sinal real captado no LIGO, e assim foi possível saber o que exatamente aconteceu, qual é a fonte das ondas, a que distância se encontra etc.

A descoberta abre a possibilidade de que essas ondas sejam usadas para estudar o universo de uma forma totalmente nova

“É parecido com esses aplicativos que escutam uma música num bar e dizem o artista e o nome da canção, mesmo que haja muito ruído ao redor”, explica Sascha Husa, pesquisador da UIB e desenvolvedor das simulações. “Exceto pelo Big Bang, as fusões de buracos negros são os fatos mais luminosos do universo”, afirma.

Detector LIGO

Os objetos que produzem ondas gravitacionais estão a milhões de anos-luz, tão longe da Terra que chegam aqui como ínfimas ondulações do espaço e do tempo. Para captá-las foi preciso construir o LIGO avançado, liderado pelos institutos tecnológicos da Califórnia (Caltech) e Massachusetts (MIT), mas com o qual colaboram também cerca de 1.000 cientistas de 15 países.
O LIGO é o instrumento óptico mais preciso do mundo, com dois detectores separados por 3.000 quilômetros – um na Louisiana, o outro no Estado de Washington. Ambos estão compostos por dois feixes de laser com exatos quatro quilômetros, um comprimento que seria alterado com a passagem de uma onda gravitacional. Os instrumentos são capazes de detectar uma variação equivalente a um décimo de milésimo do diâmetro de um núcleo atômico, a medida mais precisa já obtida por qualquer ferramenta científica, segundo seus responsáveis.
A partir de agora, será preciso confirmar essa primeira detecção do LIGO e captar sinais de eventos diferentes. A isso se dedicam muitas equipes científicas mundo afora. Além do LIGO, neste ano começará a funcionar uma versão aprimorada de outro grande observatório de ondas gravitacionais, o europeu VIRGO, e recentemente foi lançada a missão LISA Pathfinder, com o objetivo de demonstrar a viabilidade de um futuro observatório espacial para fenômenos desse tipo.

Como as ondas gravitacionais se comportam?

Elas são comparáveis às ondas que se deslocam na superfície de um lago ou com o som no ar. As ondas gravitacionais distorcem o tempo e o espaço e, em teoria, viajam à velocidade da luz. Sua passagem pode modificar a distância entre os planetas, embora muito ligeiramente. Como explica Kip Thorne, um dos pioneiros na busca por essas ondas, esses efeitos devem ser especialmente intensos nas proximidades da fonte, onde são produzidas as “tempestades selvagens” que distorcem o espaço e aceleram e desaceleram o tempo.

Ondas gravitacionais distorcem o tempo e o espaço e viajam à velocidade da luz

É possível escutar essas ondas?

As frequências de algumas ondas coincidem com as do som, por isso podem ser traduzidas para serem escutadas em forma de suaves assovios.

De onde vêm?

As explosões estelares de supernovas, os pares de estrelas de nêutrons e outros eventos produzem ondas gravitacionais que têm mais energia do que bilhões e bilhões de bombas atômicas. A fusão de dois buracos negros supermaciços é a mais poderosa fonte dessas ondas, mas esses fenômenos não são muito frequentes, e, além disso, acontecem a milhões de anos-luz do Sistema Solar. Quando as ondas atingem nossa vizinhança, são tão fracas que detectá-las representa um dos maiores desafios tecnológicos enfrentados pela humanidade.

Esse fenômeno permite saber o que está acontecendo onde até agora não víamos nada – em um buraco negro, por exemplo

Por que são importantes?

Abrem uma nova era na compreensão do universo. Até agora, toda informação que temos do cosmo (apenas sabemos 5%) é pela luz em seus diferentes comprimentos de onda: visível, infravermelha, ondas de rádio, raios-X... As ondas gravitacionais nos dão mais um sentido e permitem saber o que está acontecendo onde até agora não víamos nada — em um buraco negro, por exemplo. A intensidade e frequência das ondas permitem reconstruir o que aconteceu no ponto de origem, se foi causado por uma estrela ou por um buraco negro, quais as propriedades desses corpos, e compreender melhor essas tempestades no espaço-tempo mencionadas por Thorne. Também permitem saber se a Teoria Geral da Relatividade permanece válida nos intervalos de pressão e gravidade mais intensa que podem ser concebidos. Detectar essas ondas pela primeira vez é um achado histórico, que provavelmente receberá umPrêmio Nobel de Física.

O que se observou?

De acordo com o anúncio, o Observatório de Interferometria a Laser de Ondas Gravitacionais (LIGO), nos EUA, captou as ondas produzidas pela fusão de dois buracos negros. Seria a primeira vez que ondas gravitacionais são captadas, e isso ocorre justamente um século depois de Einstein antever sua existência. Até agora, só havia provas indiretas dessas ondas. Em 1978, Rusell Hulse e Joseph Taylor demonstraram que um pulsar binário (duas estrelas orbitando juntas, uma delas um pulsar) estavam alterando ligeiramente sua órbita devido à liberação de energia em forma de ondas gravitacionais, numa quantidade idêntica à prevista pela Teoria da Relatividade. Os dois cientistas receberam o Nobel de Física em 1993 por esse trabalho. Em 2003, foi confirmado que o mesmo acontece com outra dupla estelar, neste caso de dois pulsares.

O LIGO é capaz de identificar variações equivalentes a um décimo de milésimo do diâmetro de um núcleo atômico, a medição mais precisa já obtida por um instrumento científico

O que é o LIGO?

É um grande instrumento óptico de precisão desenvolvido pelos institutos tecnológicos da Califórnia (Caltech) e Massachusetts (MIT) e pela Colaboração Científica LIGO, que tem a participação de aproximadamente 1.000 cientistas de 15 países, inclusive o Brasil. A instalação consta de dois detectores a laser com formato de L. Cada braço desse L tem quatro quilômetros, e há dois detectores idênticos, um na Louisiana e outro no Estado de Washington, a 3.000 quilômetros um do outro.
Estes detectores estão desde 2002 procurando ondas gravitacionais. Em setembro de 2015, começou a funcionar o LIGO Avançado, uma versão aprimorada do detector que multiplica por 10 a sensibilidade dos braços de laser e, portanto, a distância à qual podem captar ondas gravitacionais. Atualmente, é possível detectar alterações nos braços de laser equivalentes a um décimo de milésimo do diâmetro de um núcleo atômico, a medição mais precisa já obtida por uma ferramenta científica, segundo o LIGO.
São necessários pelo menos dois detectores para evitar falsos positivos causados por qualquer vibração local, como terremotos, tráfego ou flutuações do próprio laser. Diferentemente desses fatores, uma onda gravitacional causa uma perturbação exatamente igual na Louisiana ou em Washington.

O que acontecerá agora?

A busca pelas ondas gravitacionais está apenas começando. Com a configuração atual, o LIGO pode enxergar a uma distância de aproximadamente um bilhão de anos-luz da Terra, mas sua equipe já prepara novas melhorias tecnológicas para aumentar sua sensibilidade. Além disso, no segundo semestre deste ano deve entrar em funcionamento uma versão aprimorada do detector europeu VIRGO, semelhante ao LIGO, e a Agência Espacial Europeia desenvolve atualmente o LISA, um observatório espacial de ondas gravitacionais. O LIGO, por sua vez, alcançará sua máxima potência em 2020.
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

DISTÂNCIA NO SISTEMA SOLAR

DISTÂNCIA DO SOL



Em Milhões de Km

Mercúrio
57,9
3,21 minutos-luz
Vênus
108,2
6,01 minutos-luz
Terra
149,6
8,30 minutos-luz
Marte
227,9
12,67 minutos-luz
Cinturão de Asteróides (mínima)
329,2
18,29 minutos-luz
Cinturão de Asteróides (máxima)
493,9
27,44 minutos-luz
Júpiter
778,3
43,27 minutos-luz
Saturno
1.427,0
1,32 horas-luz
Urano
2.869,6
2,66 horas-luz
Netuno
4.496,6
4,17 horas-luz
Plutão
5.900,1
5,47 horas-luz
Cinturão de Kuiper (mínima)
4.482,0
4,15 horas-luz
Cinturão de Kuiper (máxima)
7.484,4
6,93 horas-luz
Nuvem de Oort (mínima)
7.474.032,0
0,79 anos-luz


Fonte: Observatório Nacional                                   

26 estrelas mais próximas

DISTÂNCIA DE ESTRELAS PRÓXIMAS

As 26 estrelas mais próximas da Terra
DISTÂNCIA
Sol
~8,3 minutos-luz
Próxima Centauri
4,2 anos-luz
Alpha Centauri A
4,34 anos-luz
Alpha Centauri B
4,34 anos-luz
Barnard
6,0 anos-luz
Wolf 359
7,7 anos-luz
BD +36 2147
8,2 anos-luz
Luyten 726-8A
8,4 anos-luz
Luyten 726-8B
8,4 anos-luz
Sirius A
8,6 anos-luz
Sirius B
8,6 anos-luz
Ross 154
9,4 anos-luz
Ross 248
10,4 anos-luz
Epsilon Eridani
10,8 anos-luz
Ross 128
10,9 anos-luz
61 Cyg A
11,1 anos-luz
61 Cyg B
11,1 anos-luz
Epsilon Ind
11,2 anos-luz
BD +43 44 A
11,2 anos-luz
BD +43 44 B
11,2 anos-luz
Luyten 789-6
11,2 anos-luz
Procyon A
11,4 anos-luz
Procyon B
11,4 anos-luz
BD +59 1915 A
11,6 anos-luz
BD +59 1915 B
11,6 anos-luz
CoD -36 15693
11,7 anos-luz

Fonte: Observatório Nacional