terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

OBSERVAÇÃO DE ESTRELAS

Observar estrelas em uma noite escura pode ser comum para muitas pessoas, mas registrá-las e capturar as luzes e as cores escondidas a olho nu é uma prática que exige muita técnica e conhecimento.

Tema de infância, a astronomia entrou efetivamente na vida de Carlos Farinbairn há quatro anos, e hoje, o administrador é especialista em fotografias noturnas, chamadas também de astrofotografias. “Descobri que a sensibilidade das câmeras atuais ultrapassa o limite fisiológico do olho humano e que isso poderia gerar resultados interessantes se usadas em locais escuros, livres de poluição luminosa”.

O fascínio pelos registros ocorreu logo na primeira experiência, no Parque Nacional do Itatiaia (RJ). “Fiquei muito impressionado com o que a câmera conseguia captar. Com oito segundos de exposição já pude ver claramente nuances de cor, brilho e contrastes da Via Láctea. Nesse dia fiquei completamente fascinado pela astrofotografia”.

O fotógrafo costuma fazer dez viagens fotográficas por ano e ressalta a necessidade de um planejamento para as saídas. “A grande matéria-prima da fotografia noturna é um bom céu, livre de poluição luminosa. Ou seja, precisamos de lugares afastados das luzes das grandes e médias cidades para poder registrar o Universo”, explica Carlos, que lista alguns passos importantes para uma boa fotografia dos astros. “Além de garantir que os equipamentos estejam funcionando em perfeito estado, devemos checar a previsão do tempo, já que as nuvens acabam com a nossa diversão. Outra dica é decidir o que se deseja fotografar, pois os astros e as constelações variam de lugar a cada época do ano”.

Muito além da qualidade do equipamento, o administrador lembra que o conhecimento é a “chave do sucesso”. “Além das técnicas e das ferramentas, é imprescindível exercitar o conhecimento em astronomia, ponto crucial para se conseguir fotos mais interessantes”, diz o fotógrafo, que destaca o tempo de exposição da máquina fotografia como primeiro critério. “Se você quiser uma imagem com muita informação de cor, brilho e contraste, é necessário um longo tempo de exposição”.

Além da câmera, outros equipamentos colaboram para a qualidade dos cliques noturnos, como a montagem equatorial, ferramenta que estende o tempo de exposição para além dos 150 segundos, garantindo assim, a captura das luzes das galáxias, das estrelas e das nebulosas. Carlos também explica que há diversos softwares dedicados ao processamento das imagens, mas ressalta que nada é adicionado ou modificado nos cliques autorais, e que todos os objetos da foto estão nos arquivos originais, esses, capturados apenas por máquinas fotografias, sem auxílio de telescópios.

Todo esse esforço tem base no incentivo ao estudo da ciência, além da disseminação de conhecimento e aprendizagem. “Percebo claramente que a astrofotografia é um impulso e tanto para o meu desenvolvimento pessoal e tenho certeza que pode fazer o mesmo para milhares de pessoas. Cada fenômeno fotografado cria um estímulo ao aprendizado. Poder fazer imagens de galáxias com milhões de anos-luz de distância é algo mágico, é um ciclo de aprendizado extremamente rico”, diz o fotógrafo, que aposta na fotografia noturna como pontapé inicial para os futuros cientistas. “A astrofotografia pode ser um vetor de estímulo para os cientistas brasileiros do futuro. Uma criança que veja a foto de uma galáxia ou que ela mesma produza a fotografia, nunca mais vai perder essa sensação de completude e inserção que o aprendizado sobre astronomia proporciona”.


O acervo de Carlos Farinbairn conta com cliques dos mais diversos fenômenos, feitos em lugares diferentes do Planeta. “Pelas circunstâncias geográficas dos locais que faço muitas das minhas fotos, é comum que eu me sinta em outro Planeta. Paisagens diferentes, frio, altitude e todos os outros ingredientes colaboram para esse sentimento diferenciado”, conta o administrador, que recorda um momento único, vivenciado no Deserto do Atacama. “A Via Láctea estava acima da minha cabeça e, por conta do local escuro, livre de poluição luminosa, pude visualiza-la de forma muito nítida. Eram mais de três horas da manhã quando o vento simplesmente parou e a imagem da Via Láctea foi perfeitamente refletida em uma laguna rasa, um verdadeiro espelho natural. Foi espetacular e inesquecível”.

Fonte: g1.globo.com

Olimpíada Brasileira de Astronomia

Abertas as inscrições para
a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

Estão abertas as inscrições para a 21ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). O prazo final se encerra no dia 18 de março. Estudantes do ensino fundamental e médio, de escolas públicas e particulares, podem participar realizando cadastro pelo site: www.oba.org.br.

No dia 18 de maio, ocorrerá a única fase da competição. Os candidatos farão uma prova de dez questões, composta de sete de astronomia e três de astronáutica, focadas principalmente no raciocínio lógico. A avaliação será dividida em quatro níveis de dificuldade, sendo três para o ensino fundamental e um para o médio.

Em 2017, cerca de 40 mil medalhas foram distribuídas. Foram, no total, 665.131 participantes no Brasil.

Os melhores classificados na OBA desse ano representarão o país nas Olimpíadas Internacionais de Astronomia e Astrofísica e na Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2019. Também poderão concorrer a vagas nas jornadas espaciais e palestras de especialistas em São José dos Campos (SP).

Os candidatos podem se preparar para a prova pelo aplicativo Simulado OBA, disponível para celulares, tablets e computadores. No site da olimpíada, há vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores.